O Escaravelho do Diabo é um livro infanto-juvenil, escrito pela brasileira Lúcia Machado de Almeida. A história é centrada em Alberto, que, ao ver seu irmão ser morto após receber um misterioso pacote com um escaravelho, decide investigar. Originalmente publicado em capítulos na revista O Cruzeiro, entre 10 de outubro e 26 de dezembro de 1956, O Escaravelho do Diabo alcançou maior sucesso ao ser republicado em livro em 1974 pela Série Vaga-Lume, criada em janeiro do ano anterior, com ilustrações de Mario Cafiero. A republicação mereceu vinte e seis edições deste livro. O Escaravelho do Diabo foi selecionado para o Programa Nacional de Biblioteca da Escola, em 1999, e recebeu adaptação cinematográfica em 2016.[1]
A história se passa em Vista Alegre, uma pequena cidade conhecida no interior de São Paulo. Começa quando o personagem Hugo, irmão de Alberto, recebe um misterioso pacote com um escaravelho (besouro preto) dentro. Contudo, não se interessa com a origem do presente, pois pensa que é uma pegadinha de seus amigos. No dia seguinte, Hugo é encontrado morto com uma espada cravada em seu peito. Inconformado com a morte de seu irmão, Alberto vai atrás do assassino.
Escaravelho Do Diabo.pdf
Os três responsáveis por investigar o caso do escaravelho passam a desconfiar que a solução do mistério está na pensão de Cora O'Shea, mas não conseguem provas suficientes e o caso acaba sendo arquivado como "não solucionado". Após anos, numa viagem à Europa, Alberto ainda pensa em reconquistar Verônica, e por acaso, descobre quem foi o assassino de Hugo, e o porquê de tudo isso.
A narrativa se passa em Vista Alegre, uma pequena cidade no interior de São Paulo. Começa quando o personagem Hugo, irmão de Alberto, recebe um misterioso pacote com um escaravelho (besouro preto) dentro. Contudo, não se interessa com a origem do presente, pois pensa que é uma pegadinha de seus amigos. No dia seguinte, Hugo é encontrado morto com uma espada cravada em seu peito. Inconformado com a morte de seu irmão, Alberto vai atrás do assassino.
Os três responsáveis por investigar o caso do escaravelho passam a desconfiar que a solução do mistério está na pensão de Cora O'Shea, mas não conseguem provas o suficiente e o caso acaba sendo arquivado como "não solucionado". Após anos, numa viagem à Alemanha, Alberto ainda pensa em reconquistar Verônica, e por o acaso, descobre quem foi o assassino de Hugo.
2 IDEIAS PARA SALA DE AULA Aqui você vai encontrar sugestões de atividades para serem desenvolvidas em sala de aula antes, durante e depois da leitura. Elas propõem reflexões sobre a história, sobre a estrutura narrativa e sobre temas interdisciplinares, para além da ficção. 1. O FOLHETIM Faça uma leitura coletiva do prefácio da obra, Hipnotizando leitores desde o tempo do bonde e chame a atenção dos alunos para o fato de que O escaravelho do diabo foi publicado, pela primeira vez, capítulo a capítulo, na revista semanal O Cruzeiro, em Realce essa forma de publicação, denominada folhetim, criada no século XIX para atrair o público leitor e por meio da curiosidade torná-lo fiel ao folhetim. A partir da leitura do romance, explique sua estrutura folhetinesca, ou seja, o uso de técnicas narrativas específicas para aumentar o suspense: a apresentação de um conflito ou enigma já no primeiro capítulo para fisgar o leitor; a técnica do corte do capítulo, isto é, interromper a narrativa na iminência de algum acontecimento importante (como ocorre no final do capítulo 18, em que o inseto aparece a Alberto e há um tiro, e só no início do capítulo 19 ficamos sabendo que fora o rapaz quem atirara, e não quem recebera o tiro); o fato de o narrador tecer comentários sobre livros, filmes, artistas contemporâneos (que seu leitor automaticamente reconheceria), ou sobre a moral, as emoções humanas, criando cumplicidade com o leitor. 2. CONTEXTO NARRATIVO: OS ANOS 1950 Ainda no prefácio, destaca-se o tempo em que se desenvolve a história: os anos Aborde em sala de aula o conceito de tempo narrativo, explicitando que, no caso deste livro, o tempo da narração (época em que o narrador enuncia a narrativa) corresponde ao tempo da narrativa (época em que se passam os eventos do enredo). Depois da leitura do prefácio, peça aos alunos que, durante a leitura do romance, marquem referências que nos permitem identificar essa época: programas de ginástica transmitidos pelo rádio, nomes de livros, autores, filmes, atores (como Marilyn Monroe), lazer (como bailes, saraus), hábitos (a forma como as pessoas se cumprimentam, como Alberto e Verônica namoram). É possível, também, desenvolver uma atividade interdisciplinar com o professor de História: ele pode solicitar aos alunos que façam uma pesquisa sobre as referências listadas, de modo a aprofundar o conhecimento deles sobre o período. Além disso, pode ampliar o resultado dessas pesquisas em uma abordagem dos aspectos sociais, econômicos e políticos do Brasil e do mundo nos anos 1950, de preferência, relacionando a passagens do livro. 2
3 3. BANCANDO O DETETIVE: ANÁLISE DO PERSONAGEM Um dos aspectos mais intrigantes da trama deste romance policial é a relação dos crimes com os escaravelhos, que eram enviados às vítimas dias antes de sua morte, e cujos nomes científicos guardavam relações com sua causa mortis. Esse elemento é a chave de todo o mistério, pois é a assinatura do crime. Proponha aos alunos, ao longo da leitura do livro, uma espécie de jogo: fazer uma ficha para cada um dos suspeitos, anotando nela características físicas, idade, nacionalidade, hábitos, perfil psicológico e qualquer outra informação que julguem relevante para adivinhar o assassino. Antes da leitura dos dois capítulos finais, o professor deve dividir a sala em grupos para que eles compartilhem suas suspeitas. A partir dos resultados, reforce os traços de Mr. Graz que teriam sugerido traços de uma psicopatia: sua amabilidade (traço que, além de evitar suspeitas, faz com que o psicopata consiga facilmente manipular as pessoas); seu caráter metódico (a maneira como ele seleciona as maçãs, no capítulo 2, evidencia isso) e compulsivo (sugerido pela forma esganada de comer). 4. INTERTEXTUALIDADE E METALINGUAGEM O escaravelho do diabo é muito rico em referências literárias e artísticas: há citações de livros, filmes, quadros, óperas, peças de música erudita. Além de levar à sala de aula algumas dessas obras, aproveite a leitura do livro para abordar os conceitos de intertextualidade implícita e intertextualidade explícita nesta última, encaixam- -se as tais citações, pois são explicitamente mencionadas na obra. Ainda podemos fazer uma relação entre este romance e outras obras literárias, não citadas pela autora, pela semelhança entre seus temas ou seus elementos estruturais o que se denomina intertextualidade implícita. Nesse sentido, vale a pena mencionar algumas semelhanças entre O escaravelho do diabo e o conto A causa secreta, de Machado de Assis. Em ambos, o protagonista é um estudante de Medicina que tem caráter analítico e sente grande prazer em decifrar um mistério. Sugerimos ao professor fazer uma leitura coletiva, em sala de aula, do conto de Machado de Assis, orientando os alunos a realizar uma análise comparativa entre os textos. Uma ótima oportunidade para abordar ainda outro conceito: a metalinguagem. 5. LINGUAGEM E FOCO NARRATIVO Na leitura de um texto literário, é fundamental analisar como a linguagem se relaciona ao gênero e contribui para a formação dos sentidos. Assim, é importante retomar trechos da obra e analisar como o narrador conta a história qual o foco, a perspectiva narrativa e suas estratégias ao relatar os fatos. Chame a atenção dos alunos para as características do narrador comuns ao gênero policial: o foco narrativo é em 3ª pessoa onisciente, isto é, o narrador tem conhecimento de tudo o que se passa na narrativa, dos pensamentos e sentimentos mais íntimos de cada 3
5 ATIVIDADE ESPECIAL Antologia de narrativas policiais O escaravelho do diabo pode ser classificado como romance policial, gênero que, além de muito comum na literatura juvenil (tanto brasileira quanto estrangeira), excedeu os livros, adaptou-se ao cinema e possui milhões de fãs ao redor do mundo inteiro. Que tal aproveitar a leitura deste livro para uma atividade mais aprofundada sobre esse gênero tão apreciado pelos jovens? PRIMEIRO PASSO Depois da leitura completa de O escaravelho do diabo, ressalte aos alunos que o livro pode ser classificado como um romance policial. Aborde, em sala de aula, as características principais do gênero, exemplificando-as com elementos do livro, retomando passagens importantes. SEGUNDO PASSO Faça com os alunos uma atividade de análise mais aprofundada do enredo, levando-os a perceber o que é mais trabalhado em O escaravelho do diabo: a história dos crimes ou a de sua investigação? Como essas duas linhas se intercalam ao longo do enredo e da narração? A partir dessa análise, aborde os diferentes tipos de romance policial (o de enigma, o noir ou o de suspense) e leve os alunos a refletir sobre em qual delas se encaixaria o livro de Machado. TERCEIRO PASSO Solicite aos alunos uma pesquisa sobre o gênero policial no cinema. A partir da pesquisa, escolha um clássico do cinema policial que deve ser exibido em sala de aula. Em outra aula, exiba a adaptação cinematográfica de O escaravelho do diabo (Brasil, 2015, direção de Carlos Milani) e, em seguida, faça uma atividade de comparação entre os dois filmes e o romance. QUARTO PASSO Aborde com os alunos o gênero conto e, especificamente, o conto policial. Mencione que o gênero policial originou-se na literatura inglesa (com autores como Edgar Allan Poe, Agatha Christie e Conan Doyle), mas não deixe de abordar o desenvolvimento do gênero no Brasil. Leve aos alunos alguns contos policiais brasileiros para uma atividade de leitura coletiva. QUINTO PASSO Apresente aos alunos a proposta de escrever uma antologia de contos policiais. Com base nas características do gênero previamente estudadas, oriente- -os a fazer um projeto de texto, antes de passar à escrita efetiva do conto. Esta etapa pode ser feita toda em sala de aula, ou pode começar na escola e terminar como atividade extra-classe. SEXTO PASSO Depois de corrigidas as primeiras versões dos contos, oriente os alunos a reescrevê-los, de forma a melhorar sua estrutura e corrigir eventuais problemas na linguagem. Nas aulas de Arte, o professor pode orientar os alunos na confecção de uma capa e até mesmo de algumas ilustrações. Os textos devem ser digitados e formatados para a montagem da antologia, que pode ser impressa e encadernada na própria escola ou, caso haja recursos, enviada a uma gráfica e ser feita em formato livro. 5
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